sexta-feira, 27 de julho de 2012

CULPADO OU INOCENTE (O POVO VAI JULGAR)

Estado fez operação igual à que levou prefeito à prisão

Área foi desapropriada para viabilizar a implantação de fábrica da Bauducco

Carla Serqueira, Gazeta de Alagoas

Área foi desapropriada para viabilizar a implantação de fábrica (Foto: Marcelo Albuquerque)

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05.06.2012 16h31

ALE adia doação de terreno por conta de episódio em Rio Largo

Deputados não autorizam Estado a usufruir de terreno e nem doar uma outra área; debares ocorreram na tarde desta terça-feira

A Prefeitura de Rio Largo não foi a única gestora que desapropriou terreno da Usina Utinga Leão, alegando ser área de utilidade pública, para, em seguida, revender o mesmo imóvel para uma empresa privada, por um valor muito abaixo do praticado no mercado. O governo do Estado fez exatamente a mesma coisa. Ou até pior.

A prefeitura desapropriou 252 hectares avaliados em R$ 21 milhões; pagou para a Usina Utinga Leão R$ 700 mil pela área e, logo em seguida, revendeu o imóvel pelo mesmo preço para a MSL Empreendimentos construir, em parceria com a empresa Buriti, um loteamento na cidade. Quase 10 mil terrenos estão sendo preparados para a venda.

Já o governo do Estado, dando sequência ao seu objetivo de atrair cada vez mais empresas para Alagoas, desapropriou uma área de 43,5 hectares, avaliada em R$ 12,7 milhões; pagou para a Usina Utinga Leão R$ 1,3 milhão e revendeu o imóvel para a fábrica de bolos e doces Bauducco, cuja razão social é Pandurata Nordeste Ltda., pela metade do preço que adquiriu: apenas R$ 626.500 – ou seja, o Estado deixou de cobrar, ou deu de desconto, R$ 680 mil.

A Prefeitura de Rio Largo usou o Plano Diretor do município como base legal para justificar a aquisição e a alienação do terreno da usina. A suspeita de ter atuado em benefício de uma empresa privada, com aprovação de leis que autorizaram a negociação com a MSL Empreendimentos, mesmo sem prova concreta de que houve pagamento de propina, resultou na prisão do prefeito Toninho Lins (PSB).

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