Estado fez operação igual à que levou prefeito à prisão
Área foi desapropriada para viabilizar a implantação de fábrica da Bauducco
Carla Serqueira, Gazeta de Alagoas
Área foi desapropriada para viabilizar a implantação de fábrica (Foto: Marcelo Albuquerque)
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05.06.2012 16h31
ALE adia doação de terreno por conta de episódio em Rio Largo
A Prefeitura de Rio Largo não foi a única gestora que desapropriou terreno da Usina Utinga Leão, alegando ser área de utilidade pública, para, em seguida, revender o mesmo imóvel para uma empresa privada, por um valor muito abaixo do praticado no mercado. O governo do Estado fez exatamente a mesma coisa. Ou até pior.A prefeitura desapropriou 252 hectares avaliados em R$ 21 milhões; pagou para a Usina Utinga Leão R$ 700 mil pela área e, logo em seguida, revendeu o imóvel pelo mesmo preço para a MSL Empreendimentos construir, em parceria com a empresa Buriti, um loteamento na cidade. Quase 10 mil terrenos estão sendo preparados para a venda.
Já o governo do Estado, dando sequência ao seu objetivo de atrair cada vez mais empresas para Alagoas, desapropriou uma área de 43,5 hectares, avaliada em R$ 12,7 milhões; pagou para a Usina Utinga Leão R$ 1,3 milhão e revendeu o imóvel para a fábrica de bolos e doces Bauducco, cuja razão social é Pandurata Nordeste Ltda., pela metade do preço que adquiriu: apenas R$ 626.500 – ou seja, o Estado deixou de cobrar, ou deu de desconto, R$ 680 mil.
A Prefeitura de Rio Largo usou o Plano Diretor do município como base legal para justificar a aquisição e a alienação do terreno da usina. A suspeita de ter atuado em benefício de uma empresa privada, com aprovação de leis que autorizaram a negociação com a MSL Empreendimentos, mesmo sem prova concreta de que houve pagamento de propina, resultou na prisão do prefeito Toninho Lins (PSB).
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